Num país que sistematicamente tem destruído quilómetros e quilómetros de vias férreas, privando os seus cidadãos de um meio de transporte que na Europa ostenta franco desenvolvimento (basta ver o caso da vizinha Espanha), é salutar e encorajador que um município como o de Lagos (onde se edificou nova estação em 2003, sendo a anterior de 1922) comemore simbolicamente com uma escultura alusiva o 1.º centenário da chegada da via férrea ao seu território.
O trabalho foi entregue ao escultor João Duarte (com antecedente recente nesta área de homenagem, peça realizada no Museu Nacional Ferroviário, no Entroncamento, de 28 de Outubro de 2021). A inauguração teve lugar a 30 de Julho, pelas 11h45, e o memorial situa-se na rotunda entre a estação velha e a estação nova.
Com recordação de passado não muito longínquo (a locomotiva alimentada a carvão e movida a vapor) e sugestão de presente e futuro (a moderna composição eléctrica), ambos os veículos presentes se deslocam em carris contrários, numa ligeira oblíqua apontada ao céu que acentua o movimento visual e o desejo de ir mais longe, de maior progresso, de desejável futuro risonho na área ferroviária. Uma excelente peça, notável memorial que honra a cidade algarvia (que possui significativo acervo de arte pública), a sua história... e também o escultor.
FICHA TÉCNICA:
Título: Monumento Comemorativo do Centenário da Chegada do Comboio a Lagos, 1922 - 2022
Autor: escultor João Duarte
Fabricante: Metalazoia
Material: chapa de ferro, oxidada e pintada
Peso: 3 toneladas
Altura: 7 metros
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